um lugar...

Viajando no tempo

Viajo no tempo

Ao relento

Passos lentos

Observo o 'novo' tempo

E me lembro

Das cores daquele lugar

Do ar bom de respirar

Das águas  onde ia me banhar

Lá a vida passava

Sossegada

Ainda me vejo às gargalhadas

Sonhando ser princesa

Ter poderes de fada

Fecho os olhos

Sinto o cheiro de terra molhada

A chuva levando tudo pro rio

Sentada aqui

Vejo meu mundo

Vejo tudo

Rodeando o nada

....Frag- men-tos....Meus....

Blogagem Coletiva da Irene Moreira 20ª Edição

Tirando Roupas no Varal

http://mamyrene.blogspot.com.br/ 

Naquele dia mamãe estava diferente. Seus olhos estavam tristes. Seu rosto sem luz. Falava pouco, apenas o necessário.
Eu já havia visto seu rosto sem a luz da alegria outras vezes. Mas naquela manhã me pareceu especialmente diferente.
Não imaginava o que poderia tê-la deixado tão apagada. Mamãe tinha jeito de rainha: jovem, alta, magérrima, cabelos cor de mel. Era a imperatriz de nossa casa. Dava ordens, fazia tudo que devia fazer. Sua vida era a família e o lar. Cuidava para que todos estivessem bem. Altamente organizada, dificilmente as coisas saiam erradas.

Eu sempre era convocada a ajuda-la na tarefa de tirar as roupas do varal. Eram momentos maravilhosos. Geralmente ela sorria, contava histórias ou anedotas. Minha mãe tinha um brilho especial.
Papai sempre dizia que um dia eu seria como ela e o deixaria  de cabelos brancos.
Ouvia tudo maravilhada. Não sabia o que diabos ele queria dizer. Só achava engraçado.
Hoje entendo, mesmo depois de três filhos e está próxima dos quarenta anos, na foto acima, mamãe continuava bela. Atraia atenção. Não tinha a intenção. Mas sua beleza falava mais alto e meu pai morria de ciúmes.
Acho que ele jamais percebeu a imensidão do amor que ela tinha por ele. Como nunca percebeu que ela jamais o magoaria.
Nunca viu os olhos dela tão tristes quando viajava e ficava ausente tanto tempo.
Seu olhar se iluminava ao vê-lo chegar e receber um abraço cheio de saudades e tanto carinho.
Havia tempo que ele foi em viagem de trabalho e nenhuma notícia se recebia. Mamãe disfarçava mal. Meus irmãos mais velhos nem percebiam, já eu, sentia sua aflição pela demora dele e a ausência de notícias.
Ela andava menos falante, menos sorridente. No entanto, naquela manhã sua tristeza era diferente.
Anos depois fiquei sabendo, ele não iria mais voltar. Arranjou nova família numa cidadezinha ao sul do estado e lá tinha mais dois filhos: um casal.
Infelizmente, papai nunca a amou da forma que ela merecia e (por outro lado) ela jamais o esqueceu.
Aos poucos seu sorriso voltou, mais seguro e maduro. Nos seus olhos era possível ver uma alegria diferente, sem tanta inocência. E o seu rosto permanecia lindo, indiferente aos anos que se passavam.
Mamãe estava cada dia mais linda, mais elegante, charmosa e educada. Também  mais amável e cuidadosa. Uma mulher extremamente admirável.
Papai estava certo, cada dia me sentia mais parecida com ela. Em tudo, inclusive na dedicação à família.
Nossos momentos de apanhar as roupas no varal aos poucos voltaram a ser alegres. Falávamos de tudo, menos de um assunto: a saída de papai de nossa casa. Nunca quis deixa-la triste. Por isso sempre evitei esse assunto.
O tempo passava e nossas vidas seguiam como as roupas que são colocadas para secar no varal. O vento soprava e o sol aquecia, secava as roupas que depois eu e mamãe apanharia.

Delícias...

Amor Maduro

Quem diria

Que algum dia te olhasse assim

Seus olhos grudou em mim

Seu cheiro me envolvia

Delícias...instintos animais

Tentações que inebria

Num beijo mais louco

Dei  mais que meu corpo

Nunca me imaginei assim

Nunca senti o desejo dessa forma
Gostoso... maduro...me devora

Me faz perder o juízo

Estou  em sérios apuros

Nos braços desse amor maduro

....Frag-men-tos....Meus....

Momento de Brilhar

Como borboleta
sempre quis voar...Pousar numa linda flor  e seu mel todo tirar
Para espalhar todo o pólen pelo ar 
Um jardim ver florir
Pois esta é  razão do meu existir
Sorrir
Florir
Voar e voar...
Numa flor amarela pousar

 

Sauda-la com um bom dia

Dividir minha alegria

Me embriagar  com seu doce polén

Ao anoitecer me unir

Às fadas felizes

Borboletas são meninas que ganham asas

Na noite encantada

E madrugada dançam

Até o sol raiar

 

Bailando ao luar

Iluminando a noite

Deixando a floresta povoada de seres encantados

Contagiando todos com alegria

Envolvidos na mesma magia de felicidade

Sempre quis ser fada
Quando menina
Lá do telhado de casa
Jogava uma estrela de papel
Pensando que ela estaria mais perto do céu
E logo acharia um lugar pra ficar
E brilhar...brilhar!
Naquele momento fada
Eu conseguia levar uma estrela ao céu
Sorria feliz
Depois ia me deitar
Mamãe nem sabia
Que nas madrugadas eu vivia meu instante fada
Lembrava disso
Ao  ver seu sorriso tranquilo
Pela manhã na beira da cama
Vindo me despertar
Nem imaginava
Que sou uma estrela-fada
E nas noites
Até a alta madrugada
Tenho meu momento de brilhar

....Frag-men-tos....Meus....

me deleito

Leito de Amor

Me deleito

No seu aconchego

Nos seus braços

Me esqueço

Nem sei o que faço

Entregue aos seus abraços

No nosso leito de amor

Admirando sua brancura e frescor

Delícia de pele nua

Minha alma une-se a sua

No deleite doce dos seus beijos

Rejuvenesço

Esqueço

Que o tempo nos separa

Quando meu desejo

Ao seu se iguala

No nosso leito

Envolvidos num ardente beijo

Temos a mesma idade

Paixão desenfreada

Te colocou em meu caminho

Para juntos continuar a caminhada

....Frag-men-tos....Meus....

A Casa

A Casa

Entre as grades e os muros

     surge a casa

Bonita...imponente

     fora por um famoso arquiteto projetada!

Porém as paredes daquela casa

     esconde infelicidade

O seu ilustre proprietário

     faz uso de seu poder

Para defender sua filha de um amor errante

    assim trancada entre as grades e os altos muros

Seu coração não passa de um vazio escuro

    a frieza de pai faz a pobre moça

Acreditar que mais vale cada tijolo

     de tão bela casa

De nada vale tanto luxo

    seu proveito é desconforto

Um pai orgulhoso

    ver sua filha morrer aos poucos

    Entre as grades e o muro

          surge a casa

Bonita...imponente

          e pela tristeza ocupada.

....Frag-men-tos....Meus....

Adeus!

Preciso Viver

MOMENTOS DE INSPIRAÇÃO - 18ª Edição

Preciso viver

Cansei de me esconder

Um grande amor vou viver

Neste lugar não sou feliz

Não aguento mais o que esse povo diz

Na vida sou uma aprendiz

Aprendi que devo seguir

Meu coração vou ouvir

Saio sem me despedir

Não vou deixar que me impeças

Vi um facho de luz em meio à trevas

Coração valente agora te assossegas!

Você também pode participar!
 M@myrene

http://mamyrene.blogspot.com.br/ 

Dentro de mim

Reclusão

Deixei da andar atrás de todos que não me procuram

Cada um segue sua vida

Faço igual: sigo a minha

Arrastada pelas correntezas

Entre afluentes

Tentando chegar ao delta

Na sazonalidade das estações

Percebi que devo ser mais eu

Embalada pelas marés

Que sobem e descem

Assim meu coração se recupera

Desaguando em desilusões

Fui jogada a beira mar

Dentro de mim prefiro continuar

....Frag-men-tos....Meus....

Felina

Felina

Sou doce

Sou encanto

Um inebriável canto

Uma flor no seu desabrochar

Uma lágrima que escorre

O sorriso quando morre

Sou alegria

Sou pura poesia

Os seus mais íntimos sonhos

Palavras que ecoam no infinito

Sou a liberdade de um grito

Sou felina

Mulher

Menina

Defendo o que é meu

Arisca espero a hora certa

Para saciar sua fome

Homem selvagem

Nem se defende dos ataques

Numa entrega de verdade

....Frag-men-tos....Meus....

Presente de Samuel

SONETO A VALL

Fragmentos da tua alma luminosa

Espalhados nas noites mais brilhantes;

Teu sorriso tem as cores da rosa

A vestir os jardins tão elegantes;

Sentimentos, mulher maravilhosa...

Flutuam nos aromas refrescantes

Que passam com a brisa vagarosa

Nas tardes dos amores contagiantes;

Fragmentos teus, de cálidos momentos

Vestindo a vastidão dos sonhos reais...

Sonhados nos castelos de cristais;

Nos teus olhares de brilhos e alentos

O amor eternizado ao natural...

Reluz nos teus sorrisos doce Vall;

08-11-13 Soneto a Valldelice Nunes
http://lapidandoversos.blogspot.com.br
Samuel Balbinot

Obrigada querido Samuel. É inexplicável receber um presente assim!

Ainda mais vindo do poeta dos sonetos divinos.

Meus Deus, Samuel me fez muito feliz neste dia. Continue o abençoando e fazendo dele o melhor dos sonetistas que conheço. Amém!

Retratos

MAIS UMA DE ADRIANA MATIOLLI

RETRATO ARDENTE

Entre os teus lábios
é que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.

No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.

Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.

Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.

Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.


Drica é proprietária de uma comunidade da qual eu sou membro:
Xamã Cultura Viva, todos (as) estão convidados a visitar e se tornar membro.

Leia maiXamã Cultura Viva

Uma melodia

Um doce cantar

Um som quase inaudível

Chegou sem fazer ruídos

Encheu todo o ambiente

Apreciei meio demente

As notas se espalhavam

Rodopiavam no ar

Dançavam comigo imóvel

Estava em tudo...até no meu telemóvel

Era instigante

Aprisionava-me

Num estado delirante

Febril melodia

Voz docemente grave

Tão necessária aos meus dias!

....Frag-men-tos....Meus....

A tua boca

   HOJE RECEBO NO MEU CANTINHO...    

Adriana  Matiolli

 

A tua boca. A tua boca. 
Oh, também a tua boca. 
Um túnel para a minha noite. 
Um poço para a minha sede. 
Os fios dormentes de água 
que a tua língua solta num grito cor-de-rosa 
e a minha língua sorve e canta 
e os meus dentes mordem derramando a seiva 
da tua primavera sem palavras 
o poema inquieto e livre que a tua boca oferece 
à minha boca. 
As loucas bebedeiras de ternura 
por essa viagem até ao sangue. 
Os beijos como fogueiras. 
As línguas como rosas. 
Oh, a tua boca para a minha boca.

Esta de olhos sorridentes é  a autora, minha querida Drica. Não conheço a existência de um blog dela. Nosso contato acontece pelo G+.

Este poste foi do início desta tarde.

Obrigada Drica por permitir que eu postasse seu poema aqui, Xeruuu!

Vem dançar

 Compasso do Amor





O amor é uma dança
Com marcação de passos
Exige ritmo... malemolência
No compasso

Precisa de atitude
Liberdade
Mexe com o corpo
Aguça a sensualidade

A música fala
Os passos materializam
Emoções são liberadas
Olhares paralisam

Envolvidos na música
Na linguagem traduzida em passos
Requebrando, girando
Braços e corpos entrelaçados.


....Frag-men-tos....Meus....

Coisas desse meu coração

Sei Não...





  
Seiii...

Sou o tipo de mulher

Que não desperta sua atenção

No entanto, meu coração

Se derrete aos teus encantos

Calado

Derrama prantos

Sei não...

Não quero chamar sua atenção

Mas como calar essa louca atração?

Uma hora acabo me entregando

Com gestos, palavras

E meu modo de te olhar

O difícil será você notar

Tem suas preferências

Seu mundo particular

Não tem culpa do que sinto

Nem precisa perceber

Uma hora isso passa

Mas, no fundo, continuo a te querer

Esse meu coração

Sei não...

Te transformou na minha canção preferida

Você nem sabe

Sofro escondida

Quero muito entender

Se nunca vai me ver

Por que entrou na minha vida?

Sei não
Coisas desse meu coração
Arrumando sempre confusão!

....Frag-men-tos....Meus....

Você quer?

Convite

Quer passear comigo?

Você mesmo

Não importa nossas histórias

Vamos viver o aqui...agora

Esqueçamos as tristezas

Olhe esse lugar!

Permita-se!

Sinta o cheiro de cada flor

Deixe o sol dourar a pele

Não resista...mergulhe fundo nas águas!

Vamos nadar

Fazer uma breve caminhada

Veja seu reflexo na água parada

Viva este instante

Aproveite as belezas naturais

Não pense em nada mais

Entre!

O dia pode ser maravilhoso

Se a gente deixar...

Embarque comigo

Não pense que está sendo atrevido

Talvez eu até goste do seu atrevimento
Sabemos o que se passa nos nossos pensamentos

Mas, por hora, vamos remar

Apreciar o lugar

Nadar... caminhar e deixar rolar
Sem se apressar
Vamos fundo mergulhar

....Frag-men-tos....Meus....