O meu Natal já foi assim...
Luzes brilhando, música alta
em cada canto das ruas, roupa nova. Super-produção para dançar, andar de roda gigante, de barco e
de rela-rela. Tempos de folia, inocência e paquera.
Eu, Cristina e Adriana,
amizade cheia de descobertas. Memórias emolduradas na saudade.
A gente saía para fazer o que mais gostamos: ver gente, comer bolo, pipoca e amendoim torrado. Chupar cana,
tomar refrigerante; dançar a noite toda,desfrutar de cada vão instante.
Vivemos o tempo das festas
de rua. Toda uma estrutura de parques é montada para os festejos natalinos e de
Ano Novo. Bandas e trios elétricos faziam
parte da programação cultural destes que só acabam no segundo final de semana de Janeiro.
O ponto alto da festa (para
mim) era tomar sorvete de máquina. Acho uma delícia até hoje. Pena que só tenho
acesso a ele em festas religiosas da cidade.
Tão simples e saboroso. Tem
gosto de infância. Do desabrochar da juventude. Traz lembranças da menina
simples, da moça cheia de atitude.
Cada vez que tomo um sorvete
de máquina na Festa de Bom Jesus dos Navegantes, recordo todas as brincadeiras,
de como já dancei nos festejos do lado profano da festa. Pois mesmo vindo de
formação católica, nunca me vi diante de uma missão de fé.
Íamos à festa curtir e era
somente isso que nos motivava a voltar na noite seguinte. Nossas mães sabiam
bem disso.
Hoje sou consciente do que
realmente é a festa de Natal, seu lado comercial e sua origem pagã.
Não quero diminuir nenhuma
crença nem o crente. Somente expresso meus sentimentos em relação ao que vivi e
ao que sou.
Hoje sei que mesmo não sendo
oficialmente cristã nem tendo nenhuma religião, jamais deixarei de ser uma preciosa filha de Deus.
Não tenho mais o mesmo tesão
de ir às festas da cidade nem as mesmas companhias. Mas, quando vou à festa de
Bom Jesus dos Navegantes, na segunda semana de janeiro, vou pensando naquele
sorvetinho de máquina com casquinha.
....Frag-men-tos....Meus....